Bad Buddy- Capítulo 1

 Capítulo 1

Pran


Costumava ouvir dizer que nenhum segredo existe no mundo. Sempre que duas ou mais pessoas tomam conhecimento de um segredo, ele não é mais considerado um segredo. Eu não gosto de ter segredos, não parece que ter que esconder algo seja divertido. Mas não sei porque desde que me lembro, sempre tenho um comigo. É um segredo conhecido por mais de duas pessoas que não deveria existir, mas é um segredo que até agora tentei ao máximo não deixar ser descoberto. 


Talvez porque estou com medo... Tenho medo de que se o segredo não for mais um segredo... algo vai desaparecer. 


"Pran! Cuidado!"


Ufa!


Pff!


Os gritos desse cara vieram por trás de mim e como um instinto automático, o oponente pulou em mim, mas errou a posição que eu estava originalmente e caiu no chão. Ele olhou com raiva para o meu rosto e saltou do chão. O punho estava cerrado até tremer, preparando-se para acertar o queixo, mas agarrei o punho dele, me curvei um pouco, inclinei o rosto até que o punho atingisse minha mão, antes de jogar o punho diretamente sob o outro lado do queixo. 


Eu suspiro e dou um passo para trás, porque usei muita força no movimento anterior. 

"Você!"


Agarra.


Ugh!


"Pran!"


O pé de alguém bateu no meio das minhas costas, seguido por um forte soco no canto da boca, eu caí no chão e meu corpo torceu por causa da dor que veio com o impacto do braço no chão duro de concreto. 


Olhando para cima, encontrei o meu melhor amigo, ele entrou correndo, segurou os engenheiros e os chutou para longe. Enquanto eu cuspia o sangue da boca no chão.


Limpei o sangue dos meus lábios casualmente antes de me mover, ficando de pé com dificuldade com a ajuda de um amigo.


"Wai, vá ajudar Kae primeiro!" Eu disse a ele rapidamente e balancei a cabeça em direção ao outro amigo. Virando-me para ver que Kae está sendo cercado por dois oponentes. Wai assentiu e enfiou a canela no abdômen de seu oponente com sua longa perna. 


Mesmo que eu tenha dito isso, não fui capaz de engolir a saliva pegajosa garganta abaixo, pois quando me virei e vi os três cachorros mostrando os dentes para mim. 


Em momentos como estes me pergunto, para onde foram os rapazes que começaram tudo isso?!


"O que? Uma pessoa como Pran Parakul, já está pálida?"


O dono da voz e rosto, fez remexer o meu estômago, com aquele sorriso no canto da boca. Ele se aproximou, com as mãos ainda inseridas nos bolsos das calças em ambos os lados. Franzi um pouco a testa e meus olhos se estreitaram, querendo perguntar 'O que você vai fazer?'


"Já está paralisado?"


Hã!


Eu sorrio nos cantos da boca e ri na minha garganta. 


Como resultado. Puxei o punho para acertar o lado da bochecha da pessoa na minha frente sem avisar. O rosto da outra pessoa se virou para acompanhar o impacto, mas um sorriso perturbador permaneceu no canto de sua boca. 


"Esses merda!"


O cachorro atrás dele está com raiva.


"Que porra é essa Phatra?"


"Vem aqui, eu vou cuidar disso."


Phatra terminou de falar e se virou para me dar um sorriso malicioso. O sorriso familiar que eu já tinha visto muitas vezes neste campo de punhos. Nossos olhos se encontraram, e eu sorri, aceitando o desafio. Olhamos um para o outro até ouvir o sinal tocar em nossas cabeças, e esse foi o nosso último olhar antes de pular um no outro. 


O primeiro soco atingiu o estômago, mas não foi tão forte. Eu agarrei o pescoço da outra pessoa e bati o joelho em seu abdômen. Naquele momento nossos rostos se cruzaram, e antes que a pessoa ferida desmaiei de dor, sentamos no chão e seguramos os estômagos.


"Você não está economizando forças."


A pessoa sussurrou por entre os dentes até que eu tive que esboçar um sorriso. Ele empurrou seu corpo e saltou ficando de pé. 


Usando o momento em que eu estava me defendendo com o punho direito, ele desviou na direção oposta e travou meu pescoço com força. Eu me inclinei porque me sentia desconfortável com a asfixia. Reuni toda a minha força, e me joguei para fora sacudindo as pernas um do outro até que ambos fossem derrubados. Trocando socos assim, até que ficamos exaustos e jogados um ao lado do outro. 


):)


"Merda, machuca, machuca"


O murmúrio de Wai se alterna com os gritos de Kae, ao usar um pano úmido sobre o ferimento em sua testa. 


"Com certeza doí, suas sobrancelhas estão com vários cortes." Disse a outra pessoa. Sua situação é péssima, boca machucada, hematomas, e sai sangue toda vez que mexe a boca, o que faz ele acabar franzindo a testa de dor.


"Para onde foi o Golf?" Perguntei, procurando meu melhor amigo no meio do grupo. A briga acabou porque a voz do professor soou de longe, não o vi desde aquele momento. 


"Quando corremos juntos, vi as crianças indo para outra direção, quem sabe foi seguir eles."


Merda! Esses caras estão nos encurralando quase todos os dias. Não tem projetos para fazer? Não estão ocupados o suficiente? Desta vez eu nem sequer sabia o porquê da briga, mas com certeza há um motivo. 


"Ok, qual é o problema desta vez?"


"Não tenho certeza." Ele ergueu a cabeça. "Mas ouvi por cima, que um garoto do segundo ano de engenharia, veio provocar um do primeiro ano do nosso grupo."


Isso de novo? Quando a universidade vai nos dar o orçamento para comprar uma focinheira, assim irei amordaçá-los. E finalmente poderemos encontrar paz, e não teremos que ficar batendo naqueles cachorros dessa forma. 


"Você está bem? O ferimento no seu braço é grande. Você devia lavar na água primeiro." De repente, Wai agarrou meu braço que estava junto ao meu corpo para olhá-lo.


"Eu vou embora e fazer o curativo no meu quarto. Apenas vá agora."


"Então vou com você, e se acontecer de encontrar aqueles bocas frágeis novamente? Seria ruim."


"As condições deles não são muito diferentes das nossas. Acabaram de escapar e devem estar lambendo suas feridas em algum canto."


"Kae, você vai voltar?" Ele termina e se vira para falar com a outra pessoa ao final da frase. 


"Você pode ir primeiro, vou ficar aqui e me sentar um pouco."


"Bem, vejo você amanhã. Não se esqueça de voltar e terminar o seu trabalho."


"Você pode parar de falar sobre trabalho quando meu corpo está tão fraco?" 


Wai ri suavemente. Antes de pressionar a mão sobre a boca novamente, por causa da queimação nas bochechas. Depois de nos despedirmos um pouco mais, Kae e eu nos separamos. 


Na verdade, isso pode ser confuso. Mas os espancamentos se tornaram uma prática comum para os dois chefes das gangues, que era um ato inconsistente com essa geração. Os estudantes de arquitetura como nós e as pessoas frágeis como eles.


Mesmo no quarto ano, eu era o mais velho de todos. Quando a geração mais jovem tinha algum problema, eles se apressaram em pedir para eu ir ajudá-los. Muitas vezes, minha gangue e a gangue oposta não têm um problema definido, e quanto nós estávamos nos batendo até cair, nem mesmo sabíamos o motivo exato ou a história por trás da luta.


Mas por causa da dignidade que sustentamos. Quando há um problema... Devemos vencer. 


"Acho que amanhã com certeza vai ter uma ferida na sua sobrancelha."


Virei-me rapidamente para olhar o rosto de Wai antes de levantar a mão e tocar a ponta da minha sobrancelha. 


Suspiro.


"Oh! Eu também perdi. O filho da puta atacou por trás. Como você está? Vi que estava segurando o estômago desde aquele momento." Wai diz. 


O que diabos está acontecendo? Phatra me socou repetidamente no estômago, quando eu caí no chão pela primeira vez. Na segunda vez também foi difícil me defender porque cometi um erro.


"Está debaixo das roupas." Dei de ombros. "Então, está tudo bem."


"Alguém com você vai ser ferido até a morte um dia."


"Então, você vai morrer também." Digo


"Droga! Pran." 


Eu sorri um pouco, descendo a rua cheia de árvores da universidade até a parte de trás do dormitório.


"Tenho que parar aqui para comprar o jantar, espere por um momento." Wai deu um tapinha de leve no meu ombro. Em seguida, caminhamos até a loja de macarrão.


"Tia, um pequeno saco de macarrão Tom yum. Você já escolheu Pran?" Quando Wai terminou de pedir o cardápio normal, ele se virou para me perguntar.


"Não. Sua boca está tão ruim e você ainda consegue comer coisas picantes? Olhe para o seu próprio corpo antes." 


Ele ri. "Oh! Bom, eu sou um sádico. Então o que vai comer?"


"Eu não sei, os socos já me deixaram satisfeito." 


A outra parte sorriu e acenou com a cabeça algumas vezes, aceitando minhas palavras e encerrando a conversa. Eu me virei para olhar a panela de sopa, esperando pela tia lojista que estava escaldando o macarrão em uma sacola.


):)


"Então, vejo você amanhã."


Cheguei na frente do meu dormitório, rapidamente e disse adeus. Já que o dormitório do Wai é ao lado do meu, então temos que nos separar ali na frente. Balancei a cabeça, entreguei a sacola e caminhei até a porta do elevador. 


Depois de esperar, a porta se abriu e eu entrei, apertei o número do meu andar esperando que a porta de ferro lentamente se fecha-se. 


"Espere! segure a porta!"


Mas quando estava prestes a fechar, um som familiar soou. Isso foi seguido por um movimento do lado de fora da porta, o rosto machucado de alguém que eu havia socado a algumas horas atrás apareceu. 


A pessoa problemática sorriu com o canto da boca, entrou e parou ao meu lado. Eu encarava os números dos andares, mas o cabelo comprido que estava preso atrás do pescoço daquela pessoa irritou meus olhos. 


O rosto que sempre sorria, voltou-se para encontrar seus olhos, quando o elevador estava completamente fechado preparando-se para mover-se para cima.


Phatra, o líder de gangue do quarto ano da faculdade de engenharia, que vem lutando comigo há quatro anos na universidade. Quando vejo ele dentro do mesmo raio, sei que vamos causar problemas um ao outro. Porém nós apenas fingimos se matar.


Se nossas personalidades fossem comparadas, eu teria sido um incêndio, e a outra parte o óleo. O confronto um com o outro apenas acontece quando nos esbarram. 


O que é engraçado como realmente não nós odiamos... Mas tudo começou com nossos pais.


Meus pais e os pais dele já eram rivais nos negócios, mesmo antes de eu nascer. Pode-se dizer que o ódio corre em nossos sangues, eles se amaldiçoaram até que isso se infiltrou no cérebro de seus filhos. Desde que eu consigo me lembrar, é como se o céu empurra-se a gente um contra o outro, viemos morar ao lado um do outro, frequentamos o mesmo jardim de infância, mesma escola primária até na mesma universidade. Ao nos encontrarmos, quase sempre lutamos um contra o outro. O ódio dos adultos passou para as crianças, que devem intimidar, socar e ser rivais. Somos concorrentes em tudo, escola, esportes, resistência, tudo em que consigo pensar é que tenho que ser superior a Phatra.


Quase balancei minha cabeça enquanto pensava, que nesta vida, eu e ele éramos inevitáveis. Devemos continuar a nos assediar ao longo da vida. Pensando bem, é estranho que desde antes do nascimento, existam pessoas que estão destinadas a se odiar até antes de se conhecerem. Deveríamos vencer, embora ainda nem tivéssemos visto o rosto um do outro. 


"Você já comeu?"


Eu sai fora da minha memória antiga, manchada pela própria poeira, quando o cachorro louco ao meu lado cutucou o meu ombro. 


"Eu gostaria de comer algo." Minha voz soa suave. Enquanto vislumbro o rosto ferido e machucado da outra pessoa. "Volte e jogue água de arroz nos machucados."


Phatra riu, usando a língua para empurrar as bochechas da mesma maneira que fazia meu estômago se contorcer toda vez que ele me olhava.


"Deixe-me compartilhar uma xícara com você."


Eu rolei meus olhos de lado. Cansado de olhar para ele. 


"Guarde para você."

):)


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